sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cobra-Rateira

Origem.

A cobra-rateira (Malpolon monspessulanus) é o ofideo de maiores dimensões da Europa, medindo entre 160 a 230 cm. Distribui-se geograficamente pelo sul da Europa, desde a Península Ibérica, a área mediterrânica de França, e desde Ístria até ao sul dos Balcãs, Médio Oriente e norte de África. É assim um biótipo Mediterrânico característico.
Alimenta-se de pequenos animais, mamíferos, aves e répteis, incluindo outras cobras, mas principalmente de roedores, justificando o seu nome. É venenosa mas, como possui os colmilhos na parte posterior da boca, raramente consegue inocular o veneno.
Tem reprodução sexuada e é ovípara.
Vive sobretudo em lugares secos, rochosos e arbustivos, em zonas de planície e de média altitude.

Cobra-De-Pernas-Tridáctila

Origem.

A cobra-de-pernas-tridáctila ou fura-pastos (Chalcides striatus) é uma espécie de réptil escamado da família Scincidae. Pode ser encontrada nos seguintes países: França, Itália, Portugal
e Espanha.


Habitat.

Os seus habitats naturais são: florestas temperadas, matagal de clima temperado, matagais mediterrânicos, campos de gramíneas de clima temperado, costas arenosas, terras aráveis, pastagens e jardins rurais. Está ameaçada por perda de habitat.

Cobra-Lisa-Austríaca

Origem.

A Cobra lisa austríaca (Coronella austriaca) é uma cobra inofensiva, encontra-se normalmente no norte e centro da Europa.
Esta cobra é rara em Portugal, prefere as regiões montanhosas do norte e centro do país. É relativamente agressiva quando incomodada, é activa tanto de dia como de noite. Alimenta-se de micro-mamíferos, lagartos e outras cobras.

Cobra-Ferradura

Origem.

A cobra-ferradura (Coluber hippocrepis) é uma serpente da família dos colubrídeos. O seu nome é devido a uma mancha escura, em forma de ferradura, localizada na zona posterior da cabeça.
Bastante comum em Portugal, ocupa grande variedade de habitats, sendo frequente em zonas urbanas. É boa trepadora e tem actividade essencialmente diurna. Alimenta-se essencialmente de micromamíferos e lagartos, bem como pequenas aves.

Cobra-De-Escada

Origem.

A cobra-de-escada(Rhinechis scalaris) é uma espécie de cobra da família Colubridae. Pode ser encontrada em França, Portugal, Espanha e possivelmente Itália. O seu habitat natural inclui florestas temperadas, maquis, terrenos aráveis, pastagens, plantações e jardins rurais. Está ameaçada por destruição de habitat. Mede entre 120-160 cm.

Cobra-De-Capuz

Origem.

A cobra-de-capuz (Macroprotodon cucullatus) é uma espécie de cobra da família Colubridae. Pode ser encontrada na Algéria, Egipto, Israel, Itália, Líbia, Palestina, Portugal, Espanha e Tunísia.


Habitat.

O seu habitat natural são florestas temperadas, matagais temperados, matagais subtropicais ou trpicais secos, maquis, fontes de água doce, áreas rochosas, costas arenosas, terras aráveis, pastagens, plantações, jardins rurais e áreas urbanas. Está ameaçada por destruição de habitat.

Cobra Bordalesa

Origem.

É um animal grácil e delicado, de pequeno tamanho. De cabeça pequena, mas bem diferenciada do corpo, possui uma banda escura entre o olho e a comissura bucal. Na região posterior à cabeça apresenta uma mancha mais escura em forma de U, com a convexidade virada para a cauda. Focinho proeminente e arredondado na extremidade. A coloração dorsal é geralmente acastanhada, com manchas ou barras mais escuras dispersas por todo o dorso. Ventralmente é esbranquiçada ou amarelada, por vezes mesmo alaranjada, podendo apresentar pequenas manchas escuras.


Habitat.

Ocorre essencialmente em locais semi-áridos e rochosos.


Comportamentos.

De hábitos essencialmente crepusculares e nocturnos, embora possa ser observada em actividade durante o dia, especialmente com tempo nublado e principalmente às primeiras horas da manhã, altura que aproveita para se aquecer ao sol. Quando a temperatura aumenta, regressa ao seu refúgio, normalmente bem aquecido pelo sol, e passa o resto do dia escondida, aguardando o cair da noite para iniciar a sua actividade de caça. É uma cobra tímida, dócil e de movimentos normalmente lentos. Após a ingestão de alimentos mostra-se particularmente passiva, podendo nessa altura ser observada calmamente ao sol, a fazer a digestão. O seu período de hibernação está compreendido entre Outubro e Março, onde se refugia em cavidades naturais, nomeadamente fendas de pedras e raízes de árvores e arbustos.


Reprodução.

Trata-se de uma espécie ovípara. Acasala normalmente em Maio-Junho e as posturas, habitualmente entre 5 e 10 ovos, ocorrem em Julho. A incubação dura cerca de mês e meio a dois meses e os ovos são alongados, lisos e esbranquiçados.

Cobra-De-Àgua-De-Colar

Origem.

A cobra-de-água-de-colar (Natrix natrix) é uma cobra-de-água presente em quase toda a Europa, parte da Ásia e Norte de África. Uma cobra-de-água-de-colar adulta pode atingir 1.20cm de comprimento. Alimenta-se de anfibios especialmente de rás e sapos.As fêmeas são maiores que os machos.


Habitat.

A cobra-de-àgua-de-colar habita em lugares humidos como o rio.

Cobra-De-Àgua-Viperina

Origem.

Cobra de tamanho mediano, com cabeça bem diferenciada do resto do corpo, e o focinho curto e arredondado. Corpo cilíndrico, coberto dorsalmente por escamas carenadas. Padrão de coloração dorsal muito variável, podendo apresentar uma cor de fundo acastanhada, amarelada, esverdeada ou acinzentada. Sobre este fundo possui uma série de manchas acastanhadas ou negras, que alternam na região médio-dorsal, formando um zigue-zague ou uma série de bandas transversais. Na cabeça, destacam-se uma ou duas manchas escuras em forma de V invertido. Ventre de cor esbranquiçada, amarelada ou avermelada, com manchas negras quadrangulares.


Habitat.

Encontra-se associada a habitats aquáticos, ocorrendo principalmente junto de lagos, charcos, represas, pântanos, barragens e cursos de água.
Comportamentos: Activa tanto de dia como de noite, evita o excesso de insolação permanecendo dentro de água ou entre a vegetação das margens. Por norma, a actividade desta cobra é interrompida nos meses mais frios. A sua actividade pode desenvolver-se tanto em meio terrestre como em meio aquático, sendo esta uma espécie mais aquática, o que a torna menos ágil e veloz em terra. Trepa com relativamente facilidade por arbustos e rochas. Pode frequentemente ser avistada a aquecer-se sobre pedras nas proximidades da água ou semi-submersas.


Reprodução.

Existem normalmente duas épocas de reprodução nesta espécie, uma na Primavera e outra no Outono. No entanto, geralmente não se verifica qualquer postura neste último período pelo que os ovos resultantes da fecundação outonal são postos apenas na Primavera seguinte. O número de ovos é bastante variável, podendo ir desde 4 até 32. São depositados normalmente nas proximidades da água, sob pedras, entre as raízes de arbustos ou entre restos vegetais em decomposição que, ao fermentarem, produzem o calor necessário à incubação. Por vezes várias fêmeas elegem o mesmo local para realizarem a postura, pelo que, transcorrido o período de incubação, se produzem nascimentos massivos. Após o nascimento, os juvenis recém eclodidos procuram imediatamente a água.


Dieta.

A sua dieta é constituída por larvas e adultos de todo o tipo de anfíbios, bem como por um grande número de peixes pequenos, tanto de água doce como salobra. Esporadicamente captura alguns micromamíferos e répteis. Sem qualquer tipo de veneno, engole as presas de uma assentada, morrendo estas por asfixia, já no interior do estômago.

Corça

Origem.

A corça ou corço, ou ainda cabra-montês (Capreolus capreolus), é um mamífero artiodáctilo da família dos cervídeos que ocorre na Europa, Ásia Menor e na região ao redor do Mar Cáspio.


Características.

A corça é o menor cervídeo europeu, variando de 95 a 135 cm de altura e pesando entre 18 e 29 kg. A pelagem varia de cor e comprimento, sendo curta e avermelhada no Verão, longa e marrom-acinzentada no Inverno.
As galhadas, presentes só nos machos, são curtas e pontiagudas. São usadas na disputa por fêmeas durante a época de reprodução, no Verão. No Outono, as galhadas caem para crescerem novamente na Primavera.
A média de vida de uma corça selvagem é de oito anos, podendo chegar aos 14 anos.


Dieta.

A corça se alimenta de folhas, brotos, cascas de árvores e também de plantas cultivadas.


Reprodução.

A temporada de reprodução da corça é no alto verão, quando os machos se tornam territoriais. O cio das fêmeas ocorre mais cedo do que os demais cervídeos graças a uma adaptação evolutiva. O embrião da corça passa por um processo chamado de implante atrasado, que permite o filhote nascer durante a primavera. A gestação é de em torno 300 dias, ao fim dos quais nascem um, ou raramente, dois filhotes.
Os filhotes nascem com marcas brancas características sobre os flancos, que desaparecem passados cerca de dois meses. Após este período, o filhote é desmamado, permanecendo com a mãe até o nascimento da próxima ninhada.


Hábitos.

A corça é normalmente um animal de hábitos solitários, preferindo realizar suas atividades durante o nascer e o pôr-do-sol.


Distribuição geográfica.

Na Europa, a corça se distribui por quase todos os países, estando ausente da Irlanda, Islândia, Córsega, Sardenha e norte da Escandinávia. A oriente, a corça alcança o oeste da Rússia, Ásia Menor até o Mar Cáspio, incluindo o norte da Síria, Iraque e Irão. Devido a sua adaptabilidade, a corça sobrevive bem em ambientes alterados pelo homem, sendo o cervídeo mais comum da Europa.
Em Portugal, a corça ocorre principalmente no norte e ao longo da fronteira com a Espanha. Áreas protegidas com populações de corças são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural do Alvão e o Parque Natural do Douro Internacional. Recentemente se registrou seu retorno à Reserva Natural Serra da Malcata.


Mitologia.

A corça é consagrada à deusa Ártemis (Diana).
Capturar uma corça com pés de bronze, que nunca se cansava, foi um dos doze trabalhos de Héracles.

Veado-Vermelho

Origem.

O veado-vermelho (Cervus elaphus) é uma espécie de veado de grande porte do hemisfério norte, distribuído pela Europa, Ásia e Norte da África. A espécie foi também introduzida em várias regiões do mundo.


Características.

O veado-vermelho é um mamífero artiodáctilo ruminante da família Cervidae. É um animal de grande porte, sendo o maior cervídeo depois do alce. Os machos chegam a uma altura no garrote de 1,2 metro e 2,4 metros de comprimento. O peso varia com a região, sendo que mais ao norte os animais tendem a ser maiores: os machos podem pesar até 350 kg na Europa Central, mas na Península Ibérica não passam dos 250 kg e as fêmeas 150 kg. São mamíferos ungulados; cada pata se apóia sobre dois dedos que terminam em cascos.

Fêmeas e macho de veado-vermelho.
A pelagem do veado-vermelho muda com a estação do ano, variando de castanho-avermelhado no verão a castanho-escuro no inverno. Os filhotes apresentam manchas brancas no dorso que os ajudam a camuflar-se em seu ambiente.
O veado-vermelho tem um marcado dimorfismo sexual. Os machos são mais pesados e têm o pescoço muito robusto comparado às fêmeas. Em regiões como o norte da Europa os machos desenvolvem uma área de pêlo espesso ao redor do pescoço no outono, formando uma juba.


Galhadas.

O aspecto mais chamativo de diferenciação entre machos e fêmeas é a presença nos machos das galhadas (hastes). Trata-se de estruturas ósseas ramificadas que crescem todos os anos no alto da cabeça dos machos, caindo após a época da reprodução. A galhada cresce envolvida em uma fina capa de pele rica em vasos sanguíneos, que seca quando a galhada atinge seu tamanho máximo no ano.
Em cada macho, a galhada cresce mais e ganha mais ramificações a cada ano, de maneira que os machos mais velhos têm galhadas mais exuberantes. A função destas estructuras está ligada à competição pelas fêmeas durante a época da reprodução, quando machos rivais medem forças empurrando-se com as galhadas.


Habitat.

Em sua ampla área de distribuição, o veado-vermelho ocupa vários habitats diferentes, variando da floresta temperada, matagais de arbustos e áreas abertas, onde os animais encontram as ervas que necessitam para comer.


Alimentação.

O veado-vermelho come uma grande variedade de matéria vegetal. As fontes de alimentos destes animais incluem ervas, folhas, brotos de árvores e arbustos, frutos e cogumelos. No outono e inverno europeu consomem muitas bolotas de carvalhos e árvores similares.


Comportamento social e reprodução.

Como muitos cervídeos, o veado-vermelho é uma espécie social. Durante a maior parte do ano, machos e fêmeas andam em grupos separados por sexo. Na época do acasalamento, entre setembro e novembro, os machos adultos formam haréns com até 20 fêmeas. Nessa época os machos competem pelas fêmeas, medindo visualmente suas forças pela forma e tamanho das galhadas. Os machos também emitem altos bramidos que atraem as fêmeas e servem para intimidar os rivais - o que faz com que a época de reprodução seja conhecida por brama.
Se as intimidações visuais e sonoras falham, os machos lutam com as galhadas, empurrando-se até que o mais fraco fuja. Em geral os machos não se machucam nessas lutas, mas as galhadas às vezes causam graves feridas entre os competidores.
Os filhotes nascem após uma gestação de 240 a 262 dias, entre os meses de maio e junho. As fêmeas têm em geral uma cria, às vezes duas. Ao nascer, as crias pesam cerca de 16 kg e passam a acompanhar a manada após duas semanas. O desmame ocorre aos dois meses, e a independência da mãe após um ano de vida, quando nascem as próximas crias.
O veado-vermelho pode viver 20 anos em cativeiro e até 13 anos em estado selvagem.


Distribuição geográfica e sub-espécies.

As distintas sub-espécies de veado-vermelho se distribuem por quase toda a Europa Ocidental, Europa Oriental, Norte da África (Marrocos, Tunísia e Argélia), Ásia Menor, sul da Sibéria e Ásia Central, alcançando parte da Índia (Caxemira) e China.
Há uma espécie de veado do noroeste da Ásia e América do Norte (Canadá e Estados Unidos) - o uapiti - que às vezes é considerada uma sub-espécie do veado-vermelho, Cervus elaphus canadensis. Estudos genéticos recentes, porém, sugerem que se trata de uma espécie separada, Cervus canadensis.
Na Europa, o veado-vermelho desapareceu de vastas áreas devido à caça e à desflorestação, mas a espécie têm recolonizado seus antigos habitats ao longo do século XX. Actualmente as maiores populações de veados-vermelhos na Europa Ocidental se encontram nas terras altas (highlands) da Escócia.
Em Portugal o veado-vermelho foi quase extinto no século XX, mas seus números tem aumentado. Actualmente a espécie ocorre em áreas ao longo da fronteira com a Espanha, estando representada nas áreas protegidas do Parque Nacional de Peneda Gerês, Parque Natural da Serra de São Mamede, Parque Natural de Montesinho e Parque Natural do Tejo Internacional. Apesar de ainda ser relativamente raro, é considerada uma espécie em expansão. No Montesinho é uma importante presa natural do lobo-ibérico.

O veado-vermelho foi também introduzido em outras áreas do país como a Tapada Nacional de Mafra e a Tapada Nacional de Vila Viçosa. Na década de 1990 foi re-introduzido na Serra da Lousã, no centro de Portugal.


Introdução como espécie exótica.

Devido ao seu valor como espécie cinegética, o veado-vermelho foi introduzido em vários países como Argentina, Chile, Austrália e Nova Zelândia. Na América do Sul considera-se que o veado-vermelho tem um efeito negativo para a ecologia local, competindo com espécies de herbívoros nativos e alterando a flora.


Ameaças.

Globalmente considerado pouco preocupante, algumas sub-espécies são consideradas vulneráveis, como a C. elaphus barbarus do Norte da África e a C. elaphus corsicanus da Córsega e Sardenha.
Um grave problema na Grã-Bretanha e Irlanda é o cruzamento do veado-vermelho autóctone com um cervídeo asiático introduzido, o veado-de-sica (Cervus nipal). Acredita-se que em pouco tempo todas as populações das ilhas britânicas poderão ser híbridos entre o veado-vermelho e o veado-de-sica.

Sardão

Origem.

O Sardão (Lacerta lepida) é um lagarto da familia Lacertidae. É conhecido por conseguir viver 25 anos em cativeiro, quando confrontado abre a boca e sibila, conseguindo mesmo saltar para o inimigo. Os machos são territoriais na Primavera. A hibernação ocorre entre Outubro e Abril. O Homem tem sido o maior inimigo e o motivo principal pelo declínio desta espécie. Sofrem uma enorme taxa de mortalidade por atropelamento, já que estes lagartos utilizam muitas vezes as estradas por terem uma boa exposição solar e se aquecerem. Em Portugal não está ameaçado.

Dimensões.

O Sardão é um dos maiores membros da sua família, tem entre 30 a 60cm, podendo mesmo chegar aos 90cm, sendo que dois terços do seu tamanho corresponde á sua cauda. As crias recém-nascidas têm entre 4 a 5cm, excluindo a cauda.


Habitat.

O Sardão pode ser encontrado em habitats não cultivados e cultivados, desde o nível de água do mar até aos 2100m de altitude no sul Espanha. Prefere áreas secas com arbustos, velhos olivais e vinhais de uva, muitas vezes também é encontrado em sítios rochosos e zonas de muita areia. Normalmente caminha pelo solo, mas é um excelente trepador de rochas e árvores. Normalmente escondido em arbustos (ás vezes espinhosos), rochas, muros secos, tocas de coelho ou mesmo buracos que ele próprio escava.


Discrição.

Corpo:

O Sardão é um lagarto robusto com um colar serrado. Os machos têm uma cabeça robusta muito característica. Têm patas finas mas muito fortes, com garras longas e curvas.

Cores:

O dorso é normalmente verde, por vezes cinzento com tons de castanho, especialmente na cabeça e na cauda. Por baixo tendem a ser em tons de amarelo ou verde. O macho tem muitos pontos azuis nos flancos, muito menos ou nenhuns nas fêmeas. O macho é mais claro que a fêmea. Os novos são verdes, cinzentos, ou castanhos com tons de amarelo ou branco, com muitas pintas pretos por todo o corpo.

Dieta:

Normalmente alimenta-se de insectos, especialmente escaravelhos, também assalta ninhos de aves e ocasionalmente ataca repteis, sapos e alguns pequenos mamíferos. Também se alimenta de fruta e outras plantas especialmente em zonas mais secas.


Reprodução.

O Sardão procria no fim da Primavera, inicio do Verão. Os machos combatem entre sim durante esta época. As fêmeas conseguem colocar entre 5 a 22 ovos em Junho-Julho, escondendo-os debaixo de pedras, troncos ou debaixo de folhas secas. Os ovos eclodem passadas 8 a 14 semanas e as crias ficam sexualmente activas em 2 anos.


Distribuição Geográfica.

O Sardão encontra-se em Espanha, Portugal e no sul de França e no norte de Itália. Encontram-se as seguintes subespécies:
Timon lepidus ibericus – Na Península Ibérica
Timon lepidus lepidus
Timon lepidus nevadensis – Sul de Espanha
Timon lepidus oteroi

Largato-de-Àgua

Origem.

O Lagarto-de-água é um lagarto da família Lacertidae. É endémica da Península Ibérica. O seu habitat natural inclui florestas temperadas, vegetação arbustiva do tipo Mediterrânico, rios e pastagens. Está actualmente ameaçada por perda de habitat.


Alimentação.

Alimenta-se principalmente de formigas, moscas e outros insectos.

Rato-De-Cabrera

Origem.

O rato-de-cabrera (Microtus cabrerae) é uma espécie de roedor da família Cricetidae.
Pode ser encontrado na Península Ibérica. Vive preferencialmente em prados e em bosques.


Alimentação.

O rato-de-cabrera come principalmente pequenas ervas e sementes como as bolotas.




Víbora-Cornuda

Origem.

A cobra-cornuda (Vipera latastei) é uma espécie de cobra da família Viperidae.
Esta espécie, que em Portugal pode ser encontrada em várias zonas, habita de preferência nas serranias. Consta da área do Parque Natural de Montesinho, com lugar de destaque entre os répteis que aqui se podem encontrar. No Nordeste Trasmontano está presente também na toponímia, com a aldeia de Campo de Víboras.


Características.

É um animal difícil de encontrar, a não ser por mero acaso, pelo que, quando isso acontece, o registo visual é muito próximo, o que torna a situação pouco agradável. Não pelo seu tamanho, que é de cerca de 80 cm, mas sobretudo por ser venenosa.
A sua cabeça, como acontece com as restantes víboras, tem uma forma triangular característica. A sua cor é cinzento azulado, possuindo no dorso uma mancha mais escura, em zig-zag, ao longo de todo o corpo.


Medidas.

Se encontrar alguma, não se aproxime, ela vai tentar fugir rapidamente. No entanto, se for mordido por uma destas cobras, não corra e tente ficar calmo, para evitar que o veneno seespalhe e procure imediatamente um hospital, principalmente se a vítima for uma criança, um idoso ou alguém com doenças crónicas. Ao chegar ao hospital, tente descrever a cobra, para o médico poder fazer o tratamento necessário com antídotos, de forma a que a vida da vítima não seja posta em perigo, nem fiquem lesões graves para o resto da vida.
Em Portugal, existe ainda a ideia que não existem cobras venenosas no país. Nada mais errado, o que não existe são cobras com venenos muito tóxicos, o que é significativamente diferente.
Importante mesmo é que esta espécie faz parte da fauna portuguesa e a sua existência é muito importante no combate aos pequenos roedores.

Víbora seoane

Origem.

A Víbora de Seoane (Vipera seoanei) é uma espécie de cobra da família Viperidae.
Espécie endémica do norte da Península Ibérica, restringe-se em Portugal às serras de Castro Laboreiro, Soajo e Tourém.


Caracteríticas.

Atinge 50-60 cm. Essencialmente diurna, pode ser nocturna nos meses quentes. O seu veneno pode causar edema, eritema, taquicardia, hipotensão, vómitos e convulsões. Alimenta-se de micro-mamíferos, lagartos, anfíbios e aves.


Medidas.

Se encontrar alguma, não se aproxime, ela vai tentar fugir rapidamente. No entanto, se for mordido por uma destas cobras, não corra e tente ficar calmo, para evitar que o veneno se espalhe e procure imediatamente um hospital, principalmente se a vítima for uma criança, um idoso ou alguém com doenças crónicas. Ao chegar ao hospital, tente descrever a cobra, para o médico poder fazer o tratamento necessário com antídotos, de forma a que a vida da vítima não seja posta em perigo, nem fiquem lesões graves para o resto da vida.
Em Portugal, existe ainda a ideia que não existem cobras venenosas no país. Nada mais errado, o que não existe são cobras com venenos muito tóxicos, o que é significativamente diferente.
Importante mesmo é que esta espécie faz parte da fauna portuguesa e a sua existência é muito importante no combate aos pequenos roedores.


Falcão-Peregrino

Origem.

O falcão-peregrino (Falco peregrinus) é uma ave de rapina diurna de médio porte que pode ser encontrada em todos os continentes excepto na Antártida. A espécie prefere habitats em zonas montanhosas ou costeiras, mas pode também ser encontrado em grandes cidades como Nova Iorque. Na América do Sul, ele só surge como espécie migratória, não nidificando aqui. Como ave reprodutora, é substituído na América do Sul por uma espécie similar e um pouco menor, o falcão-de-peito-laranja.
O falcão-peregrino mede entre 38 e 53 cm de comprimento, com uma envergadura de asas de 89-119 cm e peso de 0,6-1,5 kg, sendo as fêmeas maiores e mais pesadas que os machos e constituindo este o único dimorfismo sexual. A sua plumagem é característica, em tons de cinzento-azulado no dorso e asas; cabeça preta-cinza com "bigode" escuro e queixo branco; bico escuro com base amarela; patas amarelas com garras pretas riscada de negro na zona ventral. Os olhos são negros com anel amarelo e relativamente grandes. As asas são afiladas e longas.
O falcão-peregrino é um caçador solitário que ataca outras aves, em geral pombos ou pássaros, que derruba com as garras em voo picado e mata com o bico. É o animal mais rápido do mundo, com velocidade de mergulho que chega a atingir 320 km/h. Graças à sua eficiência enquanto predador, é um dos animais preferidos na arte da falcoaria. O falcão-peregrino é muita vezes vítima de outras aves de rapina que roubam as suas presas, à semelhança dos leopardos, que muitas vezes vêem a sua refeição assaltada por hienas. Como predador solitário, o falcão não pode arriscar morrer de inanição por ferimentos obtidos numa luta por uma presa já abatida.
Como ave que freqüenta ambientes urbanos atrás de presas como os pombos, o falcão-peregrino às vezes não pode consumir as aves que abate por conta do tráfego de pessoas e viaturas; em Santos, no litoral paulista, é comum achar pombos mortos abatidos por falcões-peregrinos migratórios (Falco peregrinus tundrius) e abandonados na via pública. Note-se também que, no que diz respeito à escolha de suas presas, o falcão-peregrino é oportunista, caçando quaisquer aves presentes na sua área de ocorrência: nos manguezais de Cubatão, por exemplo, caça inclusive exemplares juvenis de guará (Eudocinus ruber).


Reprodução.

Na época de reprodução, uma vez por ano, põe três ou quatro ovos num penhasco, directamente sobre o solo, sem fazer ninho. Os ovos são incubados pelo casal de pais ao longo de cerca de um mês.
O falcão-peregrino é muito sensível ao envenenamento com inseticidas organoclorados como o DDT, com os quais entra em contacto através da gordura de suas presas, e que provocam enfraquecimento da casca de seus ovos e esterilidade. O uso do DDT afectou gravemente as populações residentes na Europa ocidental e América do Norte durante as décadas de 1950 e 1960. A situação foi invertida com o banimento destes compostos das práticas agrícolas e pela liberação na natureza de indivíduos criados em cativeiro. Segundo Helmut Sick, este esforço de recuperação por liberação de animais criados em cativeiro (alguns mestiços de subespécies diferentes) reduziu a intensidade da migração de falcões do leste da América do Norte para o Brasil, já que parte das populações recuperadas perdeu o hábito migratório. Os falcões-peregrinos presentes no Brasil entre outubro e abril, durante o inverno boreal, pertencem à subespécie F. p. tundrius, mais ártica; outra subespécie norte-americana, F. p. anatum, é residente, não migrando para a América do Sul.

Águia-De-Asa-Redonda

Origem.

A águia-de-asa-redonda, Minhoto ou bútio (Buteo buteo) é uma ave de rapina originária do Velho Mundo.


Descrição.

Tem tipicamente entre 51-57 de comprimento e 110 a 130 cm de envergadura de asas. A sua plumagem é de cor diversificada, de indivíduo para indivíduo e conforme a estação do ano. Os adultos passam uma fase em que apresentam a parte inferior do corpo e asas mais clara, podendo ser quase branca. É notável uma característica banda transversal branca no peito e manchas escuras nas juntas carpais. A cauda apresenta quase sempre listras transversais. Cabeça pequena e cauda curta.


Habitat e distribuição.

Habita a floresta e caça habitualmente em campo aberto, preferindo áreas arborizadas com clareiras e zonas pantanosas ou de charneca.
Habita a maioria da Europa e parte da Ásia, sendo a mais comum das grandes rapaces nas sua área de distribuição. É uma ave residente exceptuando nas partes mais frias da sua área de distribuição, tal como na Escandinávia.


Comportamento.

Normalmente não formam bandos, mas podem ser observados vários indivíduos juntos aquando de migrações ou em habitats óptimos.
Voa com batimentos lentos e em círculos planados. Executa com frequência curtos voos picados, aparentemente para treino.
Alimenta-se de pequenos mamíferos e carcaças de animais.


Reprodução.

Fazem um ninho volumoso de ramos e gravetos numa árvore, num rochedo ou numa saliência rochosa. Põe 3 a 4 ovos brancos. A incubação demora cerca de 42 dias, sendo feita principalmente pela fêmea. As crias, realizam o primeiro voo ao fim de 40 a 45 dias.

Águia-Real

Origem.

A águia-real ou águia-dourada (Aquila chrysaetos) é uma ave de rapina diurna da família Accipitridae.


Características.

-Comprimento: 66 a 100 cm
-Envergadura de asas: 150 a 250 cm
-Peso: 2,5 a 7 kg
Como em todas as aves de rapina, as fêmeas são ligeiramente maiores que os machos.


Alimentação.

Ela alimenta-se de ratos, toupeiras e pássaros.


Reprodução.

A época de reprodução inicia-se em meados de Janeiro e prolongando-se até Maio - Setembro, podendo variar de acordo com a região geográfica. Cada casal pode ter até 10 ninhos, mas só 2-3 são usados em rotação. Alguns casais usam o mesmo ninho cada ano, enquanto outros usam os ninhos alternando os anos. O mesmo ninho pode ser usado por gerações. O ninho normalmente é construído em um precipício alto, entretanto podem ser usadas árvores se precipícios não estão disponíveis. O local de ninho preferido é onde a presa pode ser avistada facilmente. O ninho pode ser enorme se o local permitir. Alguns ninhos de precipício medem de 2,5 a 3 m de diâmetro por 1 a 1,20 m de espessura. É volumoso e é composto de varas, ramos, raízes, ervas daninhas, e mato. A fêmea é responsável pela maioria da incubação, embora o macho frequentemente ajude. A postura pode ser de 1-4 ovos, no entanto o mais comum é ser de dois ovos. Os ovos são branco sujo e manchas castanho ou castanho avermelhado. A incubação dura 35-45 dias. As crias que nascem primeiro são mais fortes, frequentemente matam os irmãos menores e mais fracos e os pais não interferem. O filhote é dependente de seus pais durante 30 dias ou mais.


Comportamento.

Formam casais, e um casal precisa até 55 km de território para caçar. Sua velocidade comum durante o vôo é de 45 a 50 km/h, e foram registados mergulhos a velocidades de 320 km/h para pegar uma presa que avistou. A maioria delas no Alasca e Canadá viajam para o sul no outono quando a comida começa a faltar no norte. Mas nem todas as águias migram; algumas permanecem no Alasca, Canadá meridional e no norte dos EUA.


Habitat.

Existe em Portugal, Eurásia, Norte de África e na América do Norte. A área de procriação na América do Norte inclui o México norte-central, os Estados Unidos ocidentais como Dakotas, Kansas e Texas, também o Alasca, e o norte do Canadá. Durante o inverno elas podem ser achadas no Alasca meridional e Canadá, nos oeste dos Estados Unidos e México. São vistas algumas em Minnesota todos os outonos durante a migração e ocasionalmente no rio Mississippi durante o inverno.
São protegidas pelo governo dos Estados Unidos e são consideradas ameaçadas de extinção. A caça, a eliminação de presas por alteração do habitat natural e o envenenamento por mercúrio são os fatores principais que limitam as populações dessa ave. Elas abandonam seus ninhos durante a incubação se foram perturbadas.


Sub-espécies.

Existem 6 sub-espécies de águias-reais:
Aquila chrysaetos canadensis
Aquila chrysaetos chrysaetos
Aquila chrysaetos daphanea
Aquila chrysaetos homeyeri - única sub-espécie presente na península ibérica
Aquila chrysaetos japonicaaquila chrysaetosinglesa


Curiosidades.

-Uma águia pode transportar até 3,6 kg em voo.
-A águia-dourada é conhecida por mergulhar para pegar sua presa a velocidades calculadas de 240 a 320 km/h.
-Já se viu essa ave capturar aves voadores tão grandes como gansos.
-Elas também foram vistas, ocasionalmente, comendo carne putrefata.


Raposa-Vermelha

Origem.

A raposa-vermelha (Vulpes vulpes) é um mamífero, carnívoro, de médio porte, com os pelos geralmente castanho-avermelhados, (nos filhotes essa pelagem é castanho-escura, e só depois dos primeiros 6 meses de vida sua coloraçao se torna igual a dos adultos). É também um dos carnívoros com mais distribuição pelo mundo. Tem hábitos noturnos e crepusculares (exceto em lugares de pouca movimentação podendo ser vista durante o dia),come em média 500g de comida todos os dias, caça geralmante animais pequenos como coelhos e lebres, mas seu cardápio pode se estender à roedores, aves, insetos, peixes, ovos, e frutos, tem cerca de 20 esconderijos para comida podendo se lembrar de todos eles, em caso de necessidade esse animal pode se alimentar de restos de comida humana e animais mortos, tudo isso devido à sua grande capacidade de adaptação. Nos EUA é conhecida por ser "ladra de galinheiros".


Reprodução.

As raposas-vermelhas acasalam entre dezembro e fevereiro, sua gestação dura pouco menos de dois meses (52 à 53 dias), a fêmea tem entre 4 e 5 crias uma vez por ano, ambos (pai e mãe) cuidam de seus filhotes, e mesmo depois do desmame eles só se tornam independentes no outono após seu nascimento. As raposas-vermelhas vivem em média 9 anos. Características
A raposa-vermelha vive em grupos formados em sua maioria por um macho adulto e várias fêmeas, vivem em tocas protegidas pela vegetação, sendo estas construidas por elas mesmas ou aproveitadas de antigas tocas de coelhos e texugos. Essas raposas tem um tamanho variado de 90cm à 1,38m de comprimento,os machos têm entre 6 e 10kg e as fêmeas de 4 à 8 kg, tem orelhas pontudas e pretas atrás, focinho fino, cauda espessa, olhos triangulares e pequenos, e patas ovais com garras não retrácteis.


Ameaças.

A raposa vermelha, assim como as outras, está pouco ameaçada sendo listada como "pouco preocupante" (LC) e por isso é caçada em muitos lugares dos EUA e da Europa, por «desporto», durante os meses de Outubro a Fevereiro. Na Inglaterra foi proibída em 2005 a caça deste animal, que já era considerada uma tradição secular.
A caça excessiva pode, no entanto, por este animal em perigo, assim como a perda do seu habitat natural.


Habitat.

Habita na América do Norte, na Eurásia e em esparsas populações o norte da África. Também há esparsas populações na Austrália, onde foram introduzidas para dar um fim em um outro animal que também foi introduzido, o coelho. Não são territorialistas, vivem em lugares de comida em abundância. Essas raposas se encontram em partes de clima temperado, não habitando assim zonas de climas equatoriais, tropicais, e polares.


Subespécies.

Vulpes vulpes vulpes
Vulpes vulpes crucigera
Vulpes vulpes japonica
Vulpes vulpes peculiosa kishida
Vulpes vulpes fulfa
Vulpes vulpes rubricosa
Vulpes vulpes regalis
Vulpes vulpes macroura
Vulpes vulpes necator
Vulpes vulpes alascensis
Vulpes vulpes harrimani
Vulpes vulpes kenaiensis
Vulpes vulpes abietorum
Vulpes vulpes cascadensis
Vulpes vulpes arabica
Vulpes vulpes karagan
Vulpes vulpes silacea

Gato-Bravo

Origem.

O gato-bravo (Felis silvestris), também conhecido como gato-selvagem, gato-cabeçana ou gato-montês, é um pequeno felino natural da Europa, África e Ásia. A espécie é bastante versátil e ocupa habitats diversificados como savanas, florestas e estepes. O gato-doméstico evoluiu a partir do gato-bravo e é considerado como sua sub-espécie (Felis silvestris catus).


Características.

O gato-bravo é um carnívoro de médio porte, semelhante aos gatos-domésticos, mas mais robusto. A cabeça é grande e arredondada, com um focinho curto e poderosas mandíbulas. Os olhos são geralmente verdes. As patas são curtas e fortes.
A pelagem é acastanhada e/ou acinzentada, o que permite camuflar-se no seu ambiente. A principal característica distintiva é a sua cauda grossa e de aspecto tufado, que apresenta 3 a 5 anéis pretos, largos e bem espaçados, terminando numa ponta negra arredondada. O corpo também tem riscas ao longo dos flancos e patas. Ao contrário de muitos gatos-domésticos, a pelagem do gato-bravo não tem pintas.

Os machos têm entre 52 e 65 cm de comprimento e pesam em média 5 kg (máximo 7 kg), enquanto as fêmeas medem entre 48 e 57 cm e pesam cerca de 3,5 kg. O peso dos animais varia sazonalmente.



Habitat.

O gato-bravo habita preferencialmente bosques fechados, mas também ocorrem em matagais mediterrâneos e florestas de coníferas. Durante o dia podem refugiar-se em buracos de árvores, fendas nas rochas ou tocas abandonadas de outros animais.


Comportamento.

É um animal tímido e esquivo, de hábitos nocturnos e difícil de observar na natureza. Como quase todos os felinos, o gato-bravo é um animal solitário.
Cada animal controla um território que defende tenazmente de invasores. Machos e fêmeas se buscam apenas na época do acasalamento, no final do inverno boreal. Os territórios podem ter entre 0.6 e 3,5 km², ainda que em Portugal os territórios tendem a ser maiores, alcançando 10-12 km².
Os gatos-bravos tem excelentes sentidos: audição, olfato e visão. São também grandes trepadores, passando grande parte do tempo sobre os ramos das árvores.


Alimentação.

O gato-bravo come principalmente pequenos mamíferos como roedores (ratos-selvagens) e lagomorfos (coelhos e lebres). Também come aves e, mais raramente, pode se alimentar de répteis, anfíbios e até mesmo de insectos.


Reprodução.

Os acasalamentos ocorrem no final do inverno, entre janeiro a março. Nessa época os machos mais dominantes copulam com várias fêmeas. Após um período de gestação de entre 63 a 70 dias nascem os filhotes, a maioria entre o final de março e o final de abril. As ninhadas têm entre 3 a 7 crias. As fêmeas tem uma ninhada por ano.
As crias são amamentadas por entre 6 a 7 semanas, e a partir dessa idade começam a se tornar independentes e a buscar um território. As fêmeas alcançam a maturidade sexual aos 9-10 meses de idade, e os machos aos 12 meses.


Distribuição e sub-espécies.

As várias sub-espécies selvagens do gato-bravo têm ampla distribuição geográfica, ocorrendo em grande parte da Europa, Ásia e quase toda a África excetuando o deserto do Sahara.

Distribuição das subespécies de Gato-bravo no Velho Mundo baseada num estudo genético de 2007. Na Europa a variedade F. silvestris silvestris já teve uma distribuição mais ampla no passado (verde claro) que hoje (verde-escuro).

De acordo com um estudo genético de 2007, há cinco sub-espécies de gato-bravo:

Felis silvestris silvestris (Europa e Turquia).
Felis silvestris lybica (Norte da África, Oriente Médio e Ásia Central).
Felis silvestris cafra (África subsariana).
Felis silvestris ornata (Paquistão, noroeste da Índia, Mongólia e norte da China).
Felis silvestris bieti (China).


Além das sub-espécies selvagens, os gatos-domésticos são considerados membros da subespécie Felis silvestris catus, derivada da domesticação do gato-da-Líbia (Felis silvestris lybica) na região do Crescente Fértil mais de 9000 anos atrás.
O gato-bravo desapareceu de várias regiões da Europa Ocidental. Em Portugal ocorre a sub-espécie Felis silvestris silvestris de norte a sul do país, mas não se conhece sua tendência populacional. Várias áreas de conservação em Portugal abrigam populações de gatos-bravos, como o Parque Nacional da Peneda-Gerês, Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho, o Parque Natural do Douro Internacional, o Parque Natural da Serra de São Mamede, a Reserva Natural Serra da Malcata e outros.


Ameaças.

Ainda que globalmente considerado uma espécie abundante, o gato-bravo é ameaçado localmente pela caça furtiva, destruição de habitats e diminuição de suas presas naturais (roedores e coelhos). Na Europa, um dos principais problemas é a hibridação da sub-espécie selvagem, Felis silvestris silvestris, com o gato-doméstico, que pertence a outra sub-espécie. Estudos genéticos mostram que, em algumas regiões europeias, grande parte dos gatos-bravos europeus são híbridos entre as sub-espécies selvagem e doméstica.










Lince-Ibérico

Origem.

O lince-ibérico (Lynx pardinus), é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados. Tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica. Apenas existem cerca de cem linces ibérico em liberdade em toda a Península Ibérica. Aparentemente encontra-se quase extinto em Portugal.



Distribuição.

O lince-ibérico somente existe em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seuhabitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo. O lince-ibérico pode-se encontrar na serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.


Habitat e ecologia.

Este felino Habita no matagal mediterrânico. Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça. Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas (eucaliptais e pinhais).
Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta.



Comportamento.

É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km.
Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.
Os acasalamentos ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais.Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.


Ameaças.

A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino.

Outras ameaças:

-Utilização de armadilhas para coelhos
-Atropelamentos
-Caça ilegal



Evolução populacional.

Evolução das estimativas do número total de indivíduos desde 1969 (apenas indivíduos no estado selvagem estão contabilizados):

1969: Vários milhares
1978: 1000 a 1500

1987: 1000 a 1500
1991: Cerca de 1000

1992: Não mais que 1200, excluindo crias
1995: Não mais que 1300

1998: Cerca de 800
2000: Cerca de 600
2002: Menos de 300
2003: 150 a 300

2004: 120 a 155
2006: 135 a 110
2008: 110 a 150


Segundo Nowell e Jackson (1995), o número de indivíduos existentes em Portugal no ano de 1995 não excederiam 100. Segundo os mesmos autores, para Espanha e para o mesmo ano, a população seria de 1200.


Medidas de conservação.

Um programa de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em Espanha. Para tal, linces que estejam em subpopulações inviáveis terão que ser capturados.
Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha.
Listada na CITES (apêndice I)
Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico. O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional


Taxonomia.

O lince-ibérico e o lince euroasiático eram simpátricos, na Europa Central, durante o Pleistoceno (Kurté'n 1968, Kurtén e Grandqvist 1987). Segundo Werdelin (1981), estas duas espécies evoluíram da primeira espécie de lince identificável (Lynx issiodorensis).

Antigas denominações científicas desta espécie:

Felis pardina
Felis lynx pardina
Lynx lynx pardina
Felis pardinus

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Lobo Ibérico

Origem.

O lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é uma subespécie do lobo-
cinzento que ocorre na Península Ibérica. Outrora muito abundante, sua população actual deve rondar os 2000 indivíduos, dos quais cerca de 300 habitam a região norte de Portugal. A subespécie foi descrita pelo cientista espanhol Ángel Cabrera em 1907.


Características.

Um pouco mais pequeno e esguio que as outras subespécies do lobo-cinzento, os lobos-ibéricos machos medem entre 130 a 180 cm de comprimento, enquanto as fêmeas medem de 130 a 160 cm. A altura ao garrote pode chegar aos 70 cm. Os machos adultos pesam geralmente entre 30 a 40 kg e as fêmeas entre 20 a 35 kg.
A cabeça é grande e maciça, com orelhas triangulares relativamente pequenas e olhos oblíquos de cor amarelada. O focinho tem uma área clara, de cor branco-sujo, ao redor da boca. A pelagem é de coloração heterogênea, que vai do castanho amarelado ao acinzentado mesclado ao negro, particularmente sobre o dorso. Na parte anterior das patas dianteiras possuem uma característica faixa longitudinal negra.


Reprodução

A época do acasalamento abrange o final do inverno e princípio da primavera (Fevereiro a Março). Após um período de gestação de 2 meses nascem entre 3 e 8 crias (lobachos), cegas e indefesas. As crias e a mãe permanecem numa área de criação e são alimentadas com comida trazida pelo resto da alcateia.
Por volta de outubro as crias abandonam a área de criação e passam a acompanhar a alcateia nas suas deslocações. Os jovens lobos alcançam a maturidade sexual aos 2 anos de idade. Aos 10 anos já são considerados velhos, mas em cativeiro chegam a viver 17 anos.


Alimentação.

Sua alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. A vida em alcateia permite ao lobo caçar animais bastante maiores que ele próprio.
As suas principais presas são o
javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontra, isto é, sempre que pode é necrófago.


Comportamento.

O lobo-ibérico vive em alcateia de forte organização hierárquica. O número de animais numa alcateia varia entre os 3 a 10 indivíduos e está composta por um casal reprodutor (casal alfa), um ou mais indivíduos adultos ou subadultos e as crias do ano. A alcateia caça e defende o território em grupo.
Os indivíduos de uma alcateia percorrem uma área vital que varia em tamanho de acordo com as características da região. Em Portugal, as áreas vitais são relativamente pequenas, entre 100 e 300 km2. Buscando presas, os lobos podem percorrer entre 20 a 40 km diários dentro do seu território. Essas deslocações ocorrem geralmente à noite.


Distribuição.

Ainda no século XIX o lobo se distribuía por quase todo o território da Península Ibérica. Ao longo do século XX, a caça e a redução do habitat natural causaram sua extinção na maior parte desse território. Actualmente o lobo-ibérico está praticamente restrito ao quadrante noroeste da península.


Espanha.

Em Espanha a área de distribuição do lobo abrange cerca de 100.000 km2, ocupando a maior parte da Galiza e grande parte das Astúrias e Cantábria e a metade oeste de Castilla y León, além de pequenas áreas no País Vasco. Ao sul é possível a existência de populações isoladas na Sierra Morena.
Acredita-se que a grande população do noroeste esteja em aumento, podendo eventualmente colonizar a região central da Espanha.


Portugal.

Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 20.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo Rio Douro:
Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de
Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcatéias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.
Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída em parte dos distritos de
Viseu, Guarda e, talvez, Aveiro e Castelo Branco. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode extinguir-se no curto ou médio prazo.


Conservação.

Como em toda a Europa, o lobo é temido pelas pessoas na Península Ibérica desde tempos remotos. A alegada ferocidade do lobo e o roubo de animais de criação levaram à caça sistemática destes canídeos, que tiveram sua área de distribuição geográfica muito reduzida. Enquanto que no início do século XX os lobos ainda se distribuíam por quase todo o território continental português, calcula-se que hoje esses animais ocupem apenas 20% da sua área de distribuição original.
Apesar de que a caça é hoje proibida, o lobo ainda é ameaçado pela destruição da vegetação nativa e a construção de grandes infra-estruturas, como auto-estradas, que fragmentam os habitats. A diminuição do número de presas naturais do lobo, como o javali, o corço e o veado, levam os lobos a atacar animais domésticos e a entrar em conflito com as populações rurais.
Em Portugal o lobo-ibérico é classificado como espécie "em perigo" (EN), enquanto que em Espanha é classificado como "vulnerável" (VU). A população de Lobos Ibéricos tem vindo a aumentar devido aos esforços de conservação tanto em Portugal como em Espanha.


Fojos.

Na Península Ibérica, chama-se de fojo a vários tipos de armadilhas usados para capturar os lobos desde tempos remotos . As últimas batidas e capturas de lobos em fojos na península ocorreram ainda na segunda metade do século XX.
Os fojos foram comuns no norte da Península Ibérica, e são frequentes na
toponímia local. Alguns ainda estão bem-preservados e são importantes testemunhas da relação ancestral e conflituosa entre o homem e o lobo.
Há vários tipos de fojos. Os mais simples consistiam simplesmente de um fosso no chão, disfarçado com vegetação. O lobo era levado à armadilha por uma batida organizada pela população local ou era atraído por um isco vivo colocado dentro do fojo.
Os fojos de cabrita consistiam de um fosso de formato circular reforçado com paredes de pedra. No centro do fosso era colocado um isco vivo, como uma cabrita, para atrair o lobo. Uma vez dentro, o animal não conseguia escapar, devido à altura e formato das paredes de pedra.
Os fojos de paredes convergentes eram as estruturas mais elaboradas. Consistiam de duas longas paredes de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que convergiam a um fosso revestido de pedra, que era disfarçado com vegetação. As populações rurais das aldeias vizinhas organizavam batidas, nas quais os lobos em fuga eram conduzidos ao fosso, sendo depois mortos. Os muros dos fojos podiam ser muito longos: os maiores conhecidos chegam a ter mais de 1 km de extensão. A construção dessas estruturas requeria o trabalho intenso das comunidades afectadas pelos lobos.
A maioria dos fojos de paredes convergentes não é usada há mais de 200 anos, mas alguns ainda eram utilizados em Espanha e na região de
Peneda-Gerês em Portugal na primeira metade do século XX. A última batida conhecida que utilizou esse tipo de fojo ocorreu em finais da década de 1970 na freguesia do Soajo.